quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

DIA 18 DE MAIO DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL
Aline Drummond de Mendonça

Cabe aqui um informe histórico – esta data foi escolhida no congresso de trabalhadores de saúde mental em 1987 em Bauru, SP.
Neste congresso além das denúncias dos horrores de certos manicômios, dos abusos de tantas práticas vigentes na saúde mental, ali se sustentou pela primeira vez à constatação clara de que a técnica seja ela qual for não poderá jamais deter um lugar privilegiado no encontro entre loucura-cultura.
A luta antimanicomial é uma luta da sociedade mesma, que já não pode mais delegar a técnica à gestão da convivência com a loucura. A sociedade pode e deve sempre contar com o auxilio da ciência, mas a sociedade perde autonomia sempre quando coloca a ciência nos lugares políticos de decisão.
Assim, quando optamos por defender uma sociedade sem manicômios, vivemos as conseqüências desta decisão e a primeira é a de que o movimento deixa de ser o movimento dos trabalhadores de saúde mental para tornar-se um movimento social, ou seja, aberto a todos os interessados em repensar as formas e modos de presença da loucura.
Dessa forma, quando definimos a luta antimanicomial como movimento social, implicamos o corpo social neste processo. E por assim pensar, temos conduzido, no Brasil, uma longa luta pela extinção não só dos hospitais psiquiátricos, mas estendemos/entendemos a nossa luta a todas as formas sociais derivadas ou vinculadas à ordem manicomial.
Como sabemos, os manicômios são lugares não só no sentido geográfico destinados à loucura fora-da-cidade, mas a cima de tudo no sentido político, pois para lá vão todos aqueles declarados incapazes de decisão e escolha, incapazes de responder em seu próprio nome.
Rejeitamos com veemência todas as instituições sociais que discriminam e excluem e assim diante da ação covarde de tais instituições, prossegue nossa luta: POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS.

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